O projeto Noix na Cena é resultado da equação necessidade de expressão - pouca documentação audiovisual dos grupos sociais excluídos - popularização dos meios de produção audiovisual, a produção de conteúdos culturais e inerente ao ser humano, quando lhe é negado ele arruma saídas para garantir sua expressão.
Um coordenador que envolve 7 artista com compromisso plástico estético com essa escola;
2 equipe de atores e técnicos que hoje são cerca de 10 pessoas e apoio que são cerca de 8 pessoas. Esses números variam a medida que os projetos evoluem;
1 - Organizar a estrutura básica para garantir a continuidade dos trabalhos como câmera e ilha de edição digital ( assim já garantimos a continuidade);
Todos nós temos sido afetados pela produção de conteúdos, ou que não nos retratam, ou que nos representam com todo o preconceito de seus produtores, precisamos criar nossos próprios meios de comunicação, que nos respeites e retratem a nossa formação pensar.
Nesse sentido você que não se enxerga representado nas mídias, nos estamos estamos dispostos a mudar essa relação. E sem a sua colaboração mesmo que modesta todo o projeto não faz sentido.
APRESENTAÇÃO
Em carta escrita em 1935, Freud dizia que homossexualidade não é doença
“É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como se fosse um crime - e uma crueldade também.”
Cavan Sieczkowski
Em 1935, Sigmund Freud escreveu uma resposta a uma mãe que havia lhe pedido ajuda com seu filho gay. Apesar das amplas percepções sobre homossexualidade da época, Freud abordou o assunto de outra forma, dizendo à mulher que "não havia motivos para se envergonhar".
"Eu vi na sua carta que seu filho é homossexual. Estou mais impressionado com o fato de você não mencionar esse termo ao passar as informações sobre ele. Posso te perguntar por que você evita o termo?", ele escreveu.
"Homossexualidade certamente não é uma vantagem, mas não há motivos para se envergonhar, não há vícios, não há degradação; isso não pode ser classificado como uma doença; consideramos como uma variação da função sexual, produzida por uma certa contenção do desenvolvimento sexual. Muitos indivíduos altamente respeitáveis da antiguidade e também dos tempos modernos foram homossexuais, diversos homens grandiosos."
Embora essa correspondência demonstre sua comunicação pessoal, sabe-se há muito tempo que Freud não enxergava a homossexualidade como patologia. Ele acreditava que todos
nasciam bissexuais e depois tornavam-se héteros ou gays, por causa dos relacionamentos com aqueles à sua volta. Na carta, Freud sugere que o "tratamento" para homossexualidade é possível, mas diz que o resultado "não pode ser previsto".
Atualmente, a carta está em exposição em Londres, como parte de uma exibição no museu
Wellcome Collection, intitulada "Instituto de Sexologia".
FONTE https://www.huffpostbrasil.com/2017/09/21/em-carta-escrita-em-1935-freud-dizia-que-homossexualidade-nao-e-doenca_a_23218458/
DO PORTAL DO CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DE SÃO PAULO
Graciela Haydée Barbero
Psicóloga, psicanalista, Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP, Doutora em Psicologia Social pela PUC-SP, professora concursada da UFMT/CUR desde 2006; trabalhou em clínica psicanalítica por muitos anos e coordena a Clínica-Escola (CePraPsi) do curso de Psicologia da UFMT/CUR.
PRIMEIRO ESTUDO
Um dos primeiros estudos modernos, uma pesquisa realizada com um grande número de pessoas sobre a homossexualidade como fenômeno socialmente significativo, que recebeu destaque nos meios acadêmicos norte-americanos, foi realizada pelo biólogo e sociólogo A. Kinsey, entre 1948 e 1953. As conclusões deste autor, afirma o comentarista, apontaram que a homossexualidade seria uma variação natural da expressão sexual normal do ser humano e que não estaria relacionada a aspectos psicopatológicos, além do que todas as pessoas seriam capazes de responder eroticamente a estímulos sexuais provenientes de pessoas do sexo oposto ou do seu mesmo sexo. Para alguns, diz, Kinsey seria considerado um sábio que demonstrou a hipocrisia reinante na época. Para outros, ele seria um dos responsáveis pelo decaimento da moral e bons costumes reinantes na atualidade.
DESPATOLOGIZAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE
Incluí estes comentários para começar a refletir sobre o fato de que, se bem a homossexualidade e outras variações do erotismo e das identidades sexuadas têm sido despatologizadas por decretos e resoluções nas entidades que regem e fiscalizam as práticas médicas e psicológicas atuais, isto não acabou com a polêmica e nem com as opiniões contraditórias e intensamente emocionais de leigos e estudiosos da área. Se a expressão "a despatologização da homossexualidade" se refere à saída da - ou das - homossexualidades das listas e categorias de transtornos mentais, doenças, desvios, neuroses, perturbações ou qualquer outro termo que aponte ao 'fora' da normalidade e da saúde mental, podemos dizer que ela nomeia um fato realizado. O processo começou em 1973, com a saída da categoria das nomenclaturas da Associação Americana de Psiquiatria, que aceitou as mudanças que os movimentos sociais exigiam, tirando a homossexualidade das suas classificações nosográficas. O mesmo fato foi sendo acatado por diversas organizações: nos anos 1980 a homossexualidade sai das categorias de doenças da Organização Mundial da Saúde e, no final dos 1990, aparece numa resolução contundente do Conselho Federal de Psicologia brasileiro, que proíbe a categoria de tratar a homossexualidade como uma patologia. Mas estamos longe ainda de ter conseguido que todas as pessoas, incluindo psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, pensem desta maneira.
O CASO DO BRASIL
Realmente não existem em nossa sociedade práticas sexuais livremente consentidas por seus participantes adultos, que sejam proibidas ou merecedoras de sanções legais. Só está proibido o casamento com parentes próximos e a imposição da sexualidade sobre quem não pode consentir ou dissentir por ser menor de idade. Mesmo assim, existem leis e projetos de lei proibindo a discriminação de pessoas em razão de sua orientação sexual, o que implica, no concreto, que a prática de relações eróticas e amorosas entre pessoas do mesmo sexo biológico continua a ser coibida de diversas formas. Há ainda um halo de negatividade ligado a estes comportamentos, em todos os âmbitos, tão forte e arraigado, que excede os argumentos racionais de qualquer ordem e se relaciona com o impensado, o recalcado, o puramente emocional.
AUTONOMIA PSIQUIÁTRICA
Para combatê-los precisa-se de uma psicanálise atualizada, que não apoie de forma superegóica o conflito, reforçando as confusas proibições sociais e que reconheça que estes desejos e práticas poderiam ser tão saudáveis quanto às heterossexuais, desde o ponto de vista da estrutura psíquica. A psicanálise afirma que não há funcionamento humano possível sem recalque, na medida em que é necessário para a estruturação do psiquismo, mas isto não implica na imutabilidade das normas sociais que podem ser - e são - diferentes em diversos lugares e momentos da história.
VARIANTE
Jacques Lacan foi o primeiro psicanalista que se atreveu a romper com esta conduta repressiva e moralizante aceitando a escolha homossexual (única ou principal) como uma variante da sexualidade humana. E se, em muitos momentos, referiu-se à homossexualidade como perversão, segundo o mesmo texto de E. Roudinesco, ele o teria feito, um pouco ironicamente, desde um lugar de aceitação das perversões, no sentido de alternativas à rígida concepção sexual moralizante burguesa e não como uma anormalidade a ser corrigida. Mas, de qualquer maneira, não propôs soluções para resolver este problema, que hoje vemos mais claramente como teórico-político. A insistência em explicações complicadas e sofisticadas de alguns lacanianos para não aceitá-lo, oculta algumas vezes um radical desconhecimento da incontornável opacidade do sexual. Nada pode ser considerado como a última palavra neste campo de pesquisa.
FONTE: http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/cadernos_tematicos/11/frames/fr_despatologizacao.aspx
IMPORTANTE REGISTRO
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-39603792
Matéria da BBC
JUSTIFICATIVA
Para nós, da ANJO PRODUÇÕES ARTÍSTICAS, essa mesma lógica foi insidiosamente utilizada contra vários grupos da sociedade, apoiar seus preconceitos e discriminação em fundamentações pseudo cientificas e utiliza da propaganda como maneira de convencimento da sociedade sobre algo falso, para garantir a hegemonia dos grupo ditos de maioria, que as fundamentações científicas são pueris e ignóbeis, como foram as que deram base a eugenia e ao nazismo. Compreendemos que bastaria uma abordagem empírica para observar a incoerência destas fundamentações, acumulam a isso que bastaria simplesmente que fossem respeitados os direitos civis e conceitos primários do direto romano clássico, para inviabilizar qualquer outra abordagem que não fosse a do respeito.
Se isso tudo não fosse suficiente, conceitos básicos de direitos humanos, deveriam nortear a ação dos cidadãos comuns, valores simbólicos heteronormativos se impõe sobre a maioria dos membros da comunidade. É bem verdade, que no caso brasileiro, apesar de verdadeira chacina promovida contra os LGBTI, a lei caminha muitos anos à frente da aceitação social.
ABSURDO
A ARTE
Para nós, produtores de conteúdos culturais, há muito não dá para ficar calado diante de tamanho absurdo. “Um Outro Homem” é um esforço a ser feito no sentido de efetuar mudança dos referenciais para a construção de conceitos éticos/estéticos abordados pelo tema, para o cidadão comum reunir a seu arsenal de simbólicos para demonstrar, através de historias reais que é possível, sim, viver sem preconceito, que independentemente de psicologismos, as pessoas simplesmente se amam e que isso deve ser respeitado por todos, que ser aceito e fazer parte da sociedade e que isso não é um problema isolado, não é um problema pessoal mas um problema de construção social que nos apresenta um menu de possibilidades muito podre e incompatível com a condição humana, nos desumanizando, não se conformando quando fazemos opções diferentes das suas expectativas.
A sociedade é preparada para atender, prioritariamente o homem branco, com a religião da maioria, jovem, olhos azuis, cabelo liso... o resto sobra!
ENREDO
O projeto do Filme "Um Outro Homem", trata de duas histórias de amor, que são relatadas no programa do Youtube "Põe na Roda" (lá, são relatadas três).
CARRO ABRE ALAS
A ANJO PRODUÇÕES ARTÍSTICAS procurava roteiros que tratassem do tema amor quando, na pesquisa, encontrou no youtube o Programa "Põe na Roda", de temática LGBTI, que tratava de homens casados com mulheres que, após anos de casamento, encontram um novo amor em um outro homem. A partir daí muitas possibilidades foram testadas: inventar uma história com esse perfil, criar uma história que somasse a experiencia dos três entrevistados com um final totalmente inusitado (muito doido), escrever uma história a partir dos relatos (foi a ideia que vingou). Não tínhamos estofo financeiro para fazermos as três histórias, por isso optamos por somente duas. De qualquer maneira, não poderíamos fazer as histórias sem a autorização dos retratados. Para isso iniciou-se uma busca dos entrevistados. Para nós a ideia já estava clara, era isso que iriamos fazer, mas como? Não os conhecíamos! Como eles reagiriam a uma abordagem como essa? Resolvemos, então, fazer as histórias de David Ramos e de Marcio Orlandi. Encontrá-los foi muito fácil (ficamos apavorados, como é fácil achar as pessoas pela internet) dali a umas semanas fizemos a abordagem direta, solicitando a atenção dos dois. Qual foi nossa surpresa quando, no mesmo dia, Marcio retornou e nos autorizou e, no dia seguinte, foi a vez de David que, também nos autorizou. Mais uma impressão pessoal, ficamos muito espantados positivamente com a receptividade e generosidade dos dois. Não foi nada do que a gente pensou...
Seguiu-se a maratona dos roteiros (semanas de imersão total no tema). Dividimos as histórias. Ângelo José Ignacio se encarregou em relatar a história de David e a concepção geral e Waldo Temporal, a história de Marcio (em dupla com Ângelo José Ignacio) e a concepção plástica e estética do tema (que ainda segue até hoje). O esqueleto do roteiro estará apresentado aqui no Blog, mas ainda existem possibilidades de visões e de discussões que somente poderão enriquecer.