Renasce Museu
Vamos continuar contando histórias sobre a terra, as plantas, os animais e as pessoas, por meio de uma plataforma virtual, com os acervos do museu.
Projeto por: Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG
Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG
renascemuseu@ufmg.br

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Boas histórias precisam ser contadas. O incêndio que consumiu parte do acervo do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, no dia 15 de junho de 2020, não destruiu nossa vontade de contar histórias. O Museu ainda guarda importantíssimas coleções arqueológicas, paleontológicas, etnológicas, biológicas, geológicas e de arte popular, raros e inestimáveis conjuntos que possibilitam contar a história das pessoas e dos lugares daqui. São as memórias de todas e todos nós: de quem já fomos, de quem somos e de quem queremos ser. Vamos construir uma plataforma virtual com esses acervos e usá-los para contar as histórias de um mundo diverso, abrindo nossas coleções para compartilhar com você as histórias que guardamos, para que continuem sendo contadas e conhecidas. O Museu queimou, mas agora ele renasce. Não deixemos que o fogo apague nossas memórias. Faça parte e renasça conosco!
Na manhã do dia 15 de junho de 2020, fomos surpreendidos com a notícia de um incêndio no prédio onde ficavam guardadas algumas das coleções do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Apesar de o fogo ter sido controlado pelos Bombeiros em poucas horas, ele afetou duramente o espaço onde ficava guardada parte importante do acervo do Museu, como itens de zoologia, arqueologia, paleontologia, materiais etnográficos e cerâmicas do Vale do Jequitinhonha. Imediatamente, o corpo administrativo, técnico e científico do Museu se reuniu para traçar as estratégias de salvamento das coleções atingidas.
O resgate emergencial durou aproximadamente três meses e envolveu diferentes equipes. Todo o trabalho foi feito com os cuidados necessários para a posterior recuperação de informações. O grupo da arqueologia foi responsável pela delicada tarefa de retirar todas as peças da área incendiada, realizando escavações nas áreas mais impactadas e registrando as condições e posições de cada item. A equipe de conservação também esteve envolvida desde o início, orientando sobre as melhores formas de – em um espaço temporário – embalar, movimentar e guardar as coleções recuperadas no incêndio. A museologia atuou na identificação dos espaços e coleções impactadas e na organização dos acervos recuperados. A equipe do setor administrativo do Museu, por sua vez, foi essencial para garantir a logística necessária para os trabalhos. Além disso, o Museu recebeu o apoio de vários setores da UFMG e da sociedade civil.
Muitas peças se perderam e muitas foram severamente impactadas, mas as histórias que elas contam ainda podem ser compartilhadas. E é para continuarmos compartilhando as histórias guardadas nos nossos acervos que construímos o projeto.
Foto: Rogério do Pateo.
O projeto Renasce Museu propõe criar uma plataforma virtual com informações e imagens de cada item do acervo. Ela será acessível de forma pública e gratuita, por meio de um site em que todas as pessoas poderão pesquisar e conhecer o acervo. Para isso, vamos executar um projeto de documentação de acervos que visa organizar informações textuais e visuais de cada uma das peças. Também vamos montar um laboratório de documentação de acervos com equipamentos para fotografia e digitalização e um sistema de informação específico para o trabalho com acervos museológicos.
Ao longo dos nove meses de execução do projeto, uma equipe multidisciplinar vai trabalhar com os acervos de Paleontologia, Arqueologia e Etnografia, os quais sofreram impactos de ordens diversas com o incêndio. A médio e longo prazos, essa iniciativa também vai possibilitar a consulta de todo o acervo do museu, garantindo formas mais eficientes de cuidado por meio de ferramentas de gestão mais eficientes.
Os acervos do Museu guardam diversas coleções reunidas ao longo de décadas de pesquisas e de envolvimento com a sociedade. De coleções arqueológicas a itens de arte popular, de peças paleontológicas a acervos zoológicos, de amostras geológicas a conjuntos etnográficos, além de um rico acervo botânico, o Museu é um espaço de guarda da diversidade.
Com uma equipe multidisciplinar, formada por cientistas, técnicos(as) e estudantes universitários, o Museu tem desenvolvido pesquisas que nos ajudam a contar histórias sobre a terra, sobre as plantas, os animais e as pessoas. São histórias que podem ser muito antigas, como histórias sobre a formação da terra ou sobre fósseis de animais que podem chegar a milhões de anos. Pela arqueologia, também conhecemos histórias milenares, como aquelas sobre o
Por meio das coleções zoológicas e botânicas, podemos aprender mais sobre a ecologia dos diversos ambientes, entender como eles se formaram e como garantir que sua diversidade seja protegida para as próximas gerações. Os acervos etnográficos e de arte popular nos contam sobre a diversidade e riqueza cultural do nosso povo, trazem histórias recentes sobre povos indígenas, mulheres ceramistas ou artesãos urbanos.
Esse conjunto amplo e diverso, que agrega conhecimentos de diversas áreas e de diferentes povos, fornece a base para as histórias que contamos. Este nosso projeto é mais um movimento para continuarmos contando histórias, compartilhando – de forma pública e gratuita – informações detalhadas do nosso acervo. Porque nós acreditamos que compartilhar é a melhor maneira de proteger.
O Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG está localizado na região leste de Belo Horizonte e abriga extensa área verde de espécies típicas da Mata Atlântica. Há mais de 50 anos, o museu recebe visitantes interessados em conhecer as histórias do território brasileiro por meio de exposições de arqueologia, paleontologia, geociências, cartografia histórica, ciências da vida, botânica, plantas medicinais e arte popular. Em média, são 40 mil visitantes por ano, entre visitas agendadas (prioritariamente escolares) e público espontâneo.
O Matchfunding BNDES+ é um programa inovador de financiamento a projetos culturais, que combina o aporte direto do BNDES com o financiamento coletivo (sociedade civil). A cada um real arrecadado, o BNDES aporta mais dois reais, triplicando o valor da sua doação até alcançarmos nossa meta mínima de R$300.000,00 (trezentos mil reais). Mas é tudo ou nada, se não alcançarmos essa meta, todo o dinheiro é devolvido. Por isso, a sua participação é fundamental!
Conheça nossas recompensas, escolha a sua e participe da campanha!
É com redobrada alegria que a campanha Renasce Museu lança este novo conjunto de recompensas exclusivas. Depois da rápida saída do primeiro conjunto de fotos históricas, temos seis novas obras das décadas de 1930 a 1950, retratando as cidades de Diamantina e Belo Horizonte. Através do olhar dos fotógrafos Assis Horta e Wilson Baptista, temos belas composições em preto e branco que retratam outros tempos e a poética visual de seus autores.
As impressões de altíssima qualidade são da Artmosphere, gráfica especializada de Belo Horizonte. São impressões Fine Art, em papel Hahnemuhle Photo Rag UltraSmooth 305, 20X30cm, embaladas em Photobag para o envio com máxima proteção até você.
Confira abaixo um pouco mais sobre os fotógrafos e as imagens cedidas por suas famílias. E escolha logo a sua!
Assis Horta
Assis Horta nasceu em Diamantina, em 1918, e começou a fotografar ainda na década de 1930. Em 1937, veio a integrar o primeiro corpo de funcionários da recém criado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o SPHAN (hoje IPHAN), sob a batuta de Rodrigo Mello Franco de Andrade. Ao longo das décadas seguintes, seguiu atuando como fotógrafo autônomo e como funcionário do SPHAN, em Diamantina.
Sua uma vasta e rica obra inclui registros do patrimônio artístico e arquitetônico de Diamantina e região, retratos em estúdio de pessoas e famílias, como era usual na primeira metade do século XX, e também ocasiões especiais da vida da cidade, das atividades de garimpo no entorno de Diamantina, do registro de funcionários das fábricas da região. Mas Assis sempre fotografou muito além das demandas dos clientes, voltando seu olhar para a amada cidade de Diamantina, sua gente, suas serras, para sua extensa família, para pessoas da cidade que não tinham recursos para pagarem por fotografias. Seu olhar de fotógrafo se manteve ativo até 2018, quando, aos 100 anos de idade, nos deixou.
1. Rua do Amparo, Diamantina, déc. 1930
A Rua do Amparo, em Diamantina, está apresentada nesta foto com seu calçamento original em pé de moleque, destacando-se a Imperial Capela de Nossa Senhora do Amparo. O pé de moleque passou a ser substituído pelo calçamento atual com pedras em laje de quartzito nos preparativos para as comemorações do centenário de criação do município celebrado em 1938.
2. Largo do Mercado, Diamantina, déc. 1950
Em frente ao mercado dos tropeiros, na Praça Barão de Guaicuí, está o largo onde estacionavam as tropas que abasteciam a cidade de gêneros alimentícios e de lenha para os fogões. Era o local de descanso dos animais. A foto mostra os casarões do largo e, ao fundo, o Alto do Bom Jesus.
3. Rua da Caridade, Diamantina, déc. 1940
Do alto da torre da Igreja da Luz – cuja construção teve início no início do século XIX – Assis registrou nesta foto uma vista rara da cidade, tendo em primeiro plano a Rua da Caridade até a capelinha da Santa Casa de Caridade (1790), à esquerda, tendo, logo à frente, o antigo hospício da cidade. O núcleo histórico desce a encosta até o vale do rio Grande, donde surge a serra de São Francisco.
4. Rua da Quitanda, Diamantina, déc. 1930
Esta foto marca o início da carreira de Assis Horta como fotógrafo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e observador do cotidiano da sua cidade natal. É a Rua da Quitanda, cujo nome remonta à época da escravidão: uma regulamentação urbanística que limitou a ela o espaço para venda de quitandas pelas escravas. Esta rua faz parte da história do fotógrafo: ao fundo, está o Grande Hotel, de propriedade de sua mãe, onde Assis morava; mais tarde, transferiria para essa rua seu Foto Assis; também nesta rua funcionaria o escritório do IPHAN onde prestou serviços.
5. Largo da Sé, Diamantina, déc. 1930
Até a reforma urbana pela qual passou Diamantina, preparando-se para o centenário de sua elevação a cidade, em 1938, a praça da Sé possuía jardim com um coreto, cuja lira que o encima define sua principal utilização. Com a demolição da antiga Sé e construção da atual Catedral Metropolitana, com a substituição do calçamento de pé de moleque pelas lajes de pedra, o jardim e o coreto deixaram de existir – era o único espaço público ajardinado no centro da cidade.
Wilson Batista
Wilson Baptista (Belo Horizonte, 1913-2014) produziu uma das mais ricas obras da fotografia moderna brasileira, composta por imagens que vão do registro factual, sempre personalíssimo, de cenas urbanas, à pura composição geométrica, em visões abstratas de objetos do cotidiano. Suas fotografias, publicadas em diversos livros e revistas, percorrem as décadas de 1930 a 1960 e são hoje referência para o trabalho de pesquisadores de arquitetura, história e fotografia, constituindo-se em uma memória romântica e plástica da então ainda tranquila Belo Horizonte.
6. Igreja de Lourdes, com a Serra da Piedade ao fundo, Belo Horizonte, 1953
Essa é uma vista da Igreja de Lourdes ao amanhecer, com a Serra da Piedade ao fundo. Uma imagem impossível na Belo Horizonte de hoje.
Este novo conjunto de recompensas exclusivas traz obras do artista visual Rodi Núñez, que fez toda sua formação artística no Instituto de Artes da UFRGS (graduação, mestrado e doutorado). É professor de cerâmica na mesma universidade há 20 anos e integra o coletivo Bando de Barro. Tem obras no acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) e Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC/RS). Ganhou o Prêmio Açorianos, destaque Cerâmica, com o coletivo Bando de Barro, em 2008.
Neste conjunto de obras, sua busca é pela essência em encontrar o sentido da experiência na construção do seu processo criativo: “Nessa busca, encontrei meu clown, a criança que fui e o sentido brincante presente dentro do fazer e do pensar. É a necessidade vital de ser feliz enquanto se produz pensamento e prática.”
Encontre também a sua criança interna na construção poética destas seis obras, e leve-a para casa! Escolha logo a sua e venha renascer conosco!
Pequenas pessoas que me observam I
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 15,5 x 14,5cm.
Pequenas pessoas que me observam II
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 20,5 x 20cm.
Pequenas pessoas que me observam III
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 20 x 20cm.
Plano estratégico de um velho funâmbulo
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 28 x 21cm.
Um dia de pequenos tropeços
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 15,5 x 10,5cm.
Uma janela para o infinito
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 22 x 25,5 cm.
A Campanha Renasce Museu recebeu o apoio muito especial de uma série de artistas contemporâneos que doaram fotografias autorais como recompensas exclusivas: apenas uma unidade de cada imagem!
São artistas que usam a fotografia como linguagem artística, trabalhando com diversas técnicas e temáticas. Confira este conjunto incrível de imagens e conheça um pouco mais destes artistas contemporâneos e o que eles contam sobre cada imagem oferecida para a campanha Renasce Museu.
Escolha a sua e contribua com nosso movimento de renascer!
Alexandre Sequeira
Alexandre Sequeira é artista visual, Doutor em Arte pela UFMG e professor da UFPA. Tem participado de encontros de Fotografia, Seminários e Exposições no Brasil e no exterior. Possui obras no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas/PA, na Coleção Pirelli/MASP, entre outros.
01. Fotografia “Macunaima”, 2018.
“Raiar do último dia do ano de 2018 no topo do Monte Roraima, considerado pelos povos Kumarakapay e Paray Tüpu a mítica terra de Macunaima. Após anos de recuperação de uma síndrome autoimune que praticamente tirou os movimentos e a força de minhas pernas e mãos, me desafiei a percorrer 110km a pé e escalar 2.810m para nesse momento, receber em retorno – feito reflexo de espelho – a imagem de uma força que, apesar de supor não existir mais em mim, aguardava pacientemente o dia que eu a resgatasse. ”
02. Fotografia “O tempo que morre de ser ontem”, 2018.
“Imagem que se refere à certa dimensão temporal que rege os acontecimentos de uma megalópole. Falo de um campo onde as relações que os habitantes estabelecem entre si e com o lugar se instauram. Algo que diz respeito a certa dimensão temporal que rege as relações frenéticas e efêmeras, a velocidade estonteante de tudo, os ruídos, as múltiplas camadas de cor e som. Encontrei, nos reflexos que as fachadas envidraçadas das lojas me ofereciam, a reunião e a combinação (entre o caótico e o harmônico) de determinados fragmentos dessas múltiplas linhas de força. Foi nesses reflexos que, paradoxalmente, encontrei um outro tempo que se esgarçava preguiçoso, fazendo com que minha presença ali e o motivo pelo qual ela se dava se convertesse, em verdade, na melhor forma de lidar com a vida no lugar.”
Cléber Falieri
Cléber Falieri é fotógrafo, pesquisador em processos alternativos de fotografia. Arte educador e produtor cultural. Trabalha com os processos alternativos de captura da imagem fotográfica, como as fotos em pinhole.
03. Fotografia “BH em pinhole”, 2015.
“Esta imagem em fotografia pinhole faz parte de uma série feita em câmera artesanal usando filme formato 120 (6x9cm) colorido. Gosto muito de fotografar a cidade de BH pela perspectiva das minhas câmeras pinhole. Gerar um encantamento ou um estranhamento, ver esse ambiente urbano por diferentes óticas. Essa é a base ou estrutura por onde passam essas minhas imagens da cidade. É o trabalho que não tem fim, ou a corda onde me seguro nesses 40 anos de registros. ”
Giovanna Martins
Giovanna Martins é artista, professora e pesquisadora da Escola de Belas Artes da UFMG. Sua produção imagética e textual investiga as relações de afeto e do Homem com a Natureza.
04. Fotografia-díptico “Remember Love”, 2013.
“Série de ações e fotografias iniciadas em 2006 e que pretendem, tal como um ‘réquiem’, ser um gesto afetivo e uma cerimônia de despedida de pequenos seres do mundo. ”
Luiz Henrique Vieira
Luiz Henrique Vieira é formado em artes visuais pela Escola Guignard, doutor em Artes pela UFMG. Tem trabalhos apresentados em 29 Salões de Artes, tendo sido premiado em 11 deles. Realizou várias exposições individuais e coletivas tanto no país quanto no exterior.
05. Fotografia “Elevador”, 2007, da série Celebrando no Espaço.
“Celebrando no espaço é uma numerosa série de fotografias, produzidas entre 2006 e 2007, a partir de três propostas: 1ª: dificultar a intencionalidade da pose, já que o corpo que salta tende a se libertar em movimentos imprevisíveis; 2ª: trabalhar sobre a relação entre corpo e espacialidade; 3ª: fazer uma reflexão sobre o hedonismo, através da manifestação de prazer e alegria, verificados na maioria das expressões faciais dos modelos que se propuseram a vivenciar a experiência de saltar para serem fotografados.”
Marilene Ribeiro
Marilene Ribeiro é artista visual, ecóloga e pesquisadora. Atua com fotografia, com foco na interseção imagem e política. Premiada nacional e internacionalmente, tem trabalhos exibidos em diversos países como França, Inglaterra, Espanha, China, Brasil e EUA.
06. Fotografia-díptico “Quarto de Lene”, da Série Amanã, 2009.
“Assim como em outras comunidades da Amazônia Central, as pessoas que habitam as margens do Lago Amanã convivem com uma longa história de isolamento. O contato profundo com a natureza faz com que estas pessoas tenham tal intimidade com o rio que torna difícil definir os limites entre eles. As criaturas aquáticas, as enchentes sazonais (que forçam deslocamentos anualmente), assim como o uso de barcos como único meio de transporte constroem o folclore local, que é transformado em uma mistura única de contos, mitos e crenças. ”
Mário Azevedo
Mário Azevedo é doutor em Artes, trabalha com desenho, gravura, pintura, objetos, fotografias, desde 1980, com várias mostras individuais e especiais, nacionais e internacionais. Suas obras integram o acervo de vários Museus e coleções particulares.
07. Fotografia “Invernada”, década de 2000.
“Essa imagem vem da captura de uma passagem, de uma situação gráfica da ossatura amputada de alguns arbustos, descansando sua estrutura frágil e ainda altiva, contra uma parede marcada pela correr da idade, da poeira conduzida pelas águas (como uma grande aquarela). A faixa discreta de grama esverdeada em meio à terra avermelhada na base do plano (segurando o amarelo pálido) acrescenta uma vibração melancólica ao conjunto, um apelo transitório ao deslocamento dos elementos por lugares equivocados.
(A foto é de meados dos anos 2000, feita em São Brás do Suaçuí, no interior de Minas, em um dia nublado.) ”
08. Fotografia “Construção/Ruína”, 2015
“Essa imagem, meio planar, registra a flagrante desconstrução que vivemos no país, no mundo contemporâneo: ‘Aqui tudo parece que era ainda construção (de uma escola) e já é ruína’ (Caetano Veloso, em ‘Fora da ordem’). Como um quebra-cabeça teimoso e monocromático, ambígua e significativa aos meus olhos, em seu aparente jogo duplo: realizamos ou não alguma coisa dessa realidade? Será que estamos mesmo fazendo um país, um espaço de ordem geométrica sensível, em uma ação temporal viva, aqui e agora! (A foto é do verão de 2015, tomada em uma calçada de praia, em Arembepe, na Bahia, ao entardecer).”
Maurício de Paiva
Maurício de Paiva e fotógrafo documentarista, colaborador regular da revista National Geographic Brasil por 14 anos. Obteve quatro prêmios Abril de Fotojornalismo pela revista. Documenta a Amazônia há mais de 15 anos, elaborando narrativas visuais na perspectiva da antropologia e arqueologia e na companhia de caboclos e ribeirinhos.
09. Fotografia “Lago Peixe – Boi”, 2012, da coleção “Fotoarqueologia na Amazônia em trípticos: paisagens, vestígios e pessoas ribeirinhas”.
“Foto feita a partir de um sítio arqueológico no Lago do Limão, Iranduba, rio Negro, Amazonas. Na Amazônia Central, existem evidências antigas de ocupação humana de pelo menos 8 mil anos, do Holoceno inicial e médio. Em alguns sítios arqueológicos de terra firme a céu aberto, em áreas de campinarana, às margens de igarapés e sazonais igapós que drenam para o baixo rio Negro (AM), na confluência com o Solimões, já foi possível encontrar pontas de flecha lascadas indígenas datadas de 6.500 anos. Os vestígios nesta macro região são inúmeros, desde sepultamentos, Terra Preta de Índio, até as já conhecidas cerâmicas estilizadas e decoradas, nomeadas em fases de culturas pré-coloniais, pela pesquisa.
Tudo isso está e esteve presente em meu imaginário e entornos territorial, mental e emocional desta fotografia. O local da foto estava muito próximo do sítio da rara ponta de flecha antiga. Quando fotografo na Amazônia é para apreender: é perceber o volume das coisas a partir da luz, encontrar o tempo de movimento atemporal, relacionar com a terra, as águas e as pessoas, é fazer conexões com a ciência, produzir uma narrativa de conhecimento, colorida ou não. Foto feita com tripé e sob a égide de longa exposição da captura, ao crepúsculo.”
Paula Huven
Paula Huven é fotógrafa, artista, e doutoranda pela Escola de Belas Artes da UFMG, onde pesquisa relações entre imagem e magia a partir de uma aproximação com a cosmologia Yanomami.
10. Fotografia “Natureza Secreta”, 2017.
“Fotografia a partir de uma instalação em que um vidro foi coberto por folhas secas e posto em um bosque, criando um jogo enigmático de aparição e desaparição de imagens na superfície do vidro. Como lâminas atravessando a paisagem, diferentes imagens relampejavam no vidro, que em sua natureza tanto translúcida quanto reflexiva, nos dava a ver uma imagem em sua superfície, ao mesmo tempo em que torna visível o que havia por trás dele. ”
Paulo Baptista
Paulo Baptista é fotógrafo, professor, curador e pesquisador. Suas fotografias integram os acervos de instituições como o MASP e o Museu da Fotografia de Curitiba.
11. Fotografia “Afloramentos rochosos no caminho do Travessão, Parque Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais”, 1999, da série Paisagens da Serra do Espinhaço.
“Considerada a maior cordilheira do Brasil, a Serra do Espinhaço estende-se por cerca de 1.200 km de extensão no sentido Norte-Sul, desde o chamado Quadrilátero Aquífero-Ferrífero, na região central de Minas Gerais, até a Chapada Diamantina, na Bahia. Abriga regiões de extraordinária beleza cênica, além de uma grande e importantíssima biodiversidade, e é berço ou contribuinte de algumas das mais importantes bacias hidrográficas do país, como as do Rio Doce, do Rio São Francisco e do Rio Jequitinhonha. Reconhecida pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, compreende diversas áreas protegidas, como o Parque Nacional da Serra do Cipó, mas também áreas extremamente vulneráveis e ameaçadas pela exploração minerária e outras atividades de grande impacto ambiental. A série Paisagens da Serra do Espinhaço procura resgatar, em imagens, um pouco desse riquíssimo patrimônio ambiental e paisagístico, em uma abordagem que espera contribuir para os esforços cada vez mais necessários à sua preservação. ”
Todas as fotografias são impressas com altíssima qualidade pela Artmosphere, gráfica especializada de Belo Horizonte. São impressões Fine Art, em papel Hahnemuhle Photo Rag UltraSmooth 305, embaladas em Photobag para o envio com máxima proteção até você.
É com muita alegria que a Campanha Renasce Museu lança este novo conjunto de recompensas exclusivas. São fotografias das décadas de 1930 a 1950, retratando as cidades de Diamantina e Belo Horizonte. Por meio do olhar dos fotógrafos Assis Horta e Wilson Baptista, temos belas composições em preto e branco que retratam outros tempos, mas também a poética visual de seus autores.
As impressões de altíssima qualidade são da Artmosphere, gráfica especializada de Belo Horizonte. São impressões Fine Art, em papel Hahnemuhle Photo Rag UltraSmooth 305, 20X30cm, embaladas em Photobag para o envio com máxima proteção até você.
Confira abaixo um pouco mais sobre os fotógrafos e as imagens cedidas por suas famílias. E escolha logo a sua!
Wilson Baptista
Wilson Baptista (Belo Horizonte, 1913-2014) produziu uma das mais ricas obras da fotografia moderna brasileira, composta por imagens que vão do registro factual, sempre personalíssimo, de cenas urbanas, à pura composição geométrica, em visões abstratas de objetos do cotidiano. Suas fotografias, publicadas em diversos livros e revistas, percorrem as décadas de 1930 a 1960 e são hoje referência para o trabalho de pesquisadores de arquitetura, história e fotografia, constituindo-se em uma memória romântica e plástica da então ainda tranquila Belo Horizonte.
12. Título: Viaduto Santa Tereza, BH, 1949
A vista do Viaduto Santa Teresa em 1949, em uma imagem do acervo particular, que não encontramos em galerias comerciais, com o conjunto Sulacap/Sulamérica ao fundo, é um registro eloquente da fase inicial da verticalização arquitetônica da capital mineira.
Assis Horta
Assis Horta nasceu em Diamantina, em 1918, e começou a fotografar ainda na década de 1930. Em 1937, veio a integrar o primeiro corpo de funcionários da recém criado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o SPHAN (hoje IPHAN), sob a batuta de Rodrigo Mello Franco de Andrade. Ao longo das décadas seguintes, seguiu atuando como fotógrafo autônomo e como funcionário do SPHAN, em Diamantina.
Sua uma vasta e rica obra inclui registros do patrimônio artístico e arquitetônico de Diamantina e região, retratos em estúdio de pessoas e famílias, como era usual na primeira metade do século XX, e também ocasiões especiais da vida da cidade, das atividades de garimpo no entorno de Diamantina, do registro de funcionários das fábricas da região. Mas Assis sempre fotografou muito além das demandas dos clientes, voltando seu olhar para a amada cidade de Diamantina, sua gente, suas serras, para sua extensa família, para pessoas da cidade que não tinham recursos para pagarem por fotografias. Seu olhar de fotógrafo se manteve ativo até 2018, quando, aos 100 anos de idade, nos deixou.
13. Título: Mercado de Diamantina, déc. 1950
O mercado dos tropeiros de Diamantina cumpriu essa finalidade até a década de 1960, quando as tropas de burros deixaram de participar do abastecimento da cidade em gêneros alimentícios e lenha para os fogões. Assis Horta registrou nesta foto, na década de 1950, emoldurada por um dos arcos do mercado, animais de tropa, tendo ao fundo o casario do largo do mercado e a catedral metropolitana.
14. Título: Diamantina e o Itambé, déc. 1940
Macau do Meio, Assis Horta compôs esta paisagem da sua terra natal, com o céu carregado de nuvens de verão, contrastando com o casario na encosta da serra. Ao centro, a torre da capela Imperial de Nossa Senhora do Amparo; a seu lado, recortando o horizonte, o pico do Itambé.
15. Título: Garimpo em Paraúna, déc. 1930
Garimpeiros em plena atividade, próximo a Paraúna (hoje chamada Presidente Juscelino). Como em fotos de Assis Horta nos garimpos da região, os garimpeiros, seu trabalho, sua lida são o centro da atenção do fotógrafo, que os vê entrelaçados uns aos outros, com suas técnicas, mecânicas e corporais, seus instrumentos e estruturas.
16. Titulo: Serra de Diamantina, déc. 1940
Da torre da igreja de Nossa Senhora do Carmo, construída em meados dos anos de 1760, Assis mostra em primeiro plano o casario da Rua do Bonfim, destacando-se as torres das igrejas do Bonfim e do Amparo, tendo ao fundo a serra do rio Grande (serra de São Francisco) antes da intensa ocupação urbana que ocorreu nas décadas seguintes.
17. Título: Catedral de Diamantina, déc. 1930
Ao final da década de trinta foi erguida a Catedral Metropolitana, no local onde havia a Igreja Matriz de Santo Antônio – a igreja da Sé –, construída na primeira metade do século dezoito. Nesta imagem, Assis fotografou os responsáveis pela obra da nova catedral (abaixo, ao centro) e prestou homenagem aos operários, que se destacam sobre as paredes em arco que estão construindo.
Faça agora mesmo sua contribuição! E colabore também divulgando nosso projeto. Já pensou quanta gente vai gostar de conhecer nossas histórias? Então convide todo mundo para conhecer a campanha e participar desse movimento para renascer conosco.
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REVIVE MUSEUM
We will continue to tell stories about the Earth, plants, animals, and people, through a digital platform to share our collections.
Goal #1 R$ 300.000,00
To install an online museum information system, allowing free online access to our collections and sharing their stories to always be remembered.
Good stories need to be told. The fire at the Museum of Natural History and Botanical Garden, at the Federal University of Minas Gerais - UFMG (Brazil), in June 2020, destroyed part of our collections, but it did not destroy our willingness to tell stories. The Museum holds important collections of Archaeology, Paleontology, Ethnology, Biology, Geology and Popular Art, with rare and invaluable sets of objects, which allows us to tell stories about our people and places. These are memories of us all, memories of who we were, who we are, and who we will be. We aim to build a digital platform for our collections, and use them to tell stories of diverse worlds, opening up our collections and sharing the stories we hold, so that they are not forgotten. Our Museum was burnt down, but now it revives. We will not allow this fire to erase our memories. Be part of it and revive with us!
THE FIRE
On the early morning of June 15th, 2020, we were astonished by a fire at one of our buildings, where we held part of our collections. Despite of the quick response by Fire Department, the fire was severe at our main storage room, causing damage to objects from collections of Zoology, Archaeology, Paleontology, Ethnography, and local pottery, from the Jequitinhonha Valley. Our team of researchers and technicians promptly initiated a plan to rescue those collections.
The emergency rescue lasted for 3 months and involved a diverse team of specialists. All rescue work was carried out with the necessary care for the subsequent retrieval of information. The archeology team was responsible for the delicate task of removing all pieces from the burnt area, carrying out excavations in the most impacted areas, and recording in detail the conditions and positions of each item. The conservation team offered advice on the best ways to pack, move and store - in a temporary space - the objects recovered from the fire. The museologist was responsible for identifying the impacted rooms and collections and organizing the recovered objects. In addition, our administrative body was essential to ensure the necessary logistics for the works. We also received support from various sectors of UFMG and civil society.
We lost many items of collections, and many more were severely impacted. But sharing their stories is still crucial. We built this project to keep sharing stories held in our collections.
THE PROJECT
The Revive Museum project aims to create a digital platform with written information and photographs of each item in the collections. It will be offered to the public on a free access basis, through a website where anyone and everyone will be able to search and discover the collections.
To achieve that, we will develop and implement a project of documentation of collections, organizing textual and visual information of each item, and then sharing them publicly, allowing remote access and research. We will set up a laboratory for documentation with equipment for digitalization and we will launch an online museum information system.
During the nine months of execution, as part of the rescue work after the fire, our multidisciplinary team will work with collections of Paleontology, Archeology and Ethnography, all of which were directly and indirectly impacted by the fire. The project will create a legacy for the Museum, with an information system that will further reach the entire museum collections. It will also benefit the management of our collections, ensuring more efficient forms of care.
Goal #1 R$ 300.000,00
· Acquisition of equipment,
· Staff hiring,
· Acquisition of software (museum information system).
Goal #2: R$ 391,000.00
· Acquisition of extra modules of the software, for detailing Archaeological collections,
· Expansion of team training.
THE STORIES HELD BY COLLECTIONS
The Museum's collections hold several objects gathered over decades of research and involvement with society. From archaeological collections to items of popular art, from paleontological pieces to zoological collections, from geological samples to ethnographic collections, in addition to a rich botanical collection, the Museum is a space for diversity protection.
Our multidisciplinary team, with scientists, technicians, and university students, develops research on the Earth, plants, animals, and people. Those are stories that can be very old, like stories about the formation of the Earth, or about fossils of animals that can reach millions of years. Through archeology, we also know ancient stories, such as those about the first indigenous groups that lived in our territory, as the history of peopling of the Americas.
Through the zoological and botanical collections, we can learn more about the ecology of the different environments; understand how their formation happened and how to ensure that their diversity is protected for the next generations. The ethnographic and popular art collections tell us about the diversity and cultural heritage of our people, offering recent stories about indigenous peoples, women potters, or urban artisans.
This broad and diverse set of collections, which involves knowledge from different areas and different peoples, provides the basis for the stories we tell. This project is another movement to keep telling these stories, publicly sharing detailed information from our collections. We do that because we believe that sharing is the best way to safeguard museum heritage.
BUDGET
· Equipment, software, and staff - 81%
· Rewards - 5%
· Margin of error - 5%
· Financial transaction - 9.0%
THE MUSEUM
The Museum of Natural History and Botanical Garden of UFMG is located in the eastern region of Belo Horizonte city, on an extensive green area covered with species of the Atlantic Forest. The Museum receives visitors for over 50 years, people interested in the stories of the Brazilian territory. In addition to the archeology exhibition, visitors can also see exhibitions of paleontology, geosciences, historical cartography, life sciences, botany, medicinal plants, and popular art. The Museum receives 40.000 visitors per year on average, among scheduled visits (mainly school field trips) and spontaneous audiences.
MATCHFUNDING BNDES+ PROGRAM
The Match-funding BNDES+ is an innovative program for financing cultural projects, combining the direct contribution from BNDES and crowdfunding with civil society. For each “Real” collected, the BNDES contributes with two more “Reais”, tripling the donation until we reach our minimum goal of R$ 300,000.00 (three hundred thousand “Reais”). But it is an All-or-Nothing campaign, which means that if we don't reach this goal, all the money is returned to contributors. Therefore, your participation is essential!
Check our exclusive rewards, choose yours and be part of our movement!
THE REWARDS
We will be deeply thankful for any contribution you make, and besides that we will offer a sincere reward for your gesture! Check them out!
R$10,00 – We will register your name at the Museum website
R$25,00 – Bottons
R$50,00 – 2 magnet cards (10X 15cm) with photos of special finds from our collections
R$60,00 – Small flower pot with a succulent plant (only available at Belo Horizonte city)
R$75,00 – Collection of 5 magnet cards (10X15cm)
R$100,00 – Ecobag
R$110,00 – 2 tree sprouts grown at our Botanical Garden (only available at Belo Horizonte city)
R$150,00 – Handmade necklace inspired in Archaeological Pottery
R$160,00 – Exclusive T-Shirt inspired in Rock Art from our research
R$300,00 – Activities at the Museum for two persons (trails, exhibitions and workshop) - (only available at Belo Horizonte city)
R$600,00 – Two places at exclusive online courses offered by our staff (courses in Portuguese)
R$1.500,00 – Visit to our “backstages”, guided by our staff, for 4 persons. (only available at Belo Horizonte city)
R$5.000,00 – Offer a day at the Museum for a group of 20 persons from contexts of social vulnerability (from institutions at Belo Horizonte city).
R$5.000,00 – Seven places in a tour to a relevant archaeological site, guided by our team of Archaeologists. The site is located near Belo Horizonte city.
R$10.000,00 – Your company using our spaces for a corporate meeting (auditorium, exhibitions, trails, workshop and foodcourt). Maximum 60 persons.
JOIN US!
Please, make your contribution now! And help us to reach more people by sharing our campaign. Think of how many more people will enjoy our stories! So, invite everyone to check the campaign and join this movement to revive with us.
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‘Renasce museu’ supera meta e vira case de sucesso de 'crowdfunding'
Em: 02/03/2021 12:45Campanha arrecadou 103% da meta estipulada; MHNJB terá nove meses para planejar e implantar a plataforma virtual que reunirá informações sobre o acervo atingido por incêndio.
(Please scroll down for english version)
Boas histórias precisam ser contadas. O incêndio que consumiu parte do acervo do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, no dia 15 de junho de 2020, não destruiu nossa vontade de contar histórias. O Museu ainda guarda importantíssimas coleções arqueológicas, paleontológicas, etnológicas, biológicas, geológicas e de arte popular, raros e inestimáveis conjuntos que possibilitam contar a história das pessoas e dos lugares daqui. São as memórias de todas e todos nós: de quem já fomos, de quem somos e de quem queremos ser. Vamos construir uma plataforma virtual com esses acervos e usá-los para contar as histórias de um mundo diverso, abrindo nossas coleções para compartilhar com você as histórias que guardamos, para que continuem sendo contadas e conhecidas. O Museu queimou, mas agora ele renasce. Não deixemos que o fogo apague nossas memórias. Faça parte e renasça conosco!
Na manhã do dia 15 de junho de 2020, fomos surpreendidos com a notícia de um incêndio no prédio onde ficavam guardadas algumas das coleções do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Apesar de o fogo ter sido controlado pelos Bombeiros em poucas horas, ele afetou duramente o espaço onde ficava guardada parte importante do acervo do Museu, como itens de zoologia, arqueologia, paleontologia, materiais etnográficos e cerâmicas do Vale do Jequitinhonha. Imediatamente, o corpo administrativo, técnico e científico do Museu se reuniu para traçar as estratégias de salvamento das coleções atingidas.
O resgate emergencial durou aproximadamente três meses e envolveu diferentes equipes. Todo o trabalho foi feito com os cuidados necessários para a posterior recuperação de informações. O grupo da arqueologia foi responsável pela delicada tarefa de retirar todas as peças da área incendiada, realizando escavações nas áreas mais impactadas e registrando as condições e posições de cada item. A equipe de conservação também esteve envolvida desde o início, orientando sobre as melhores formas de – em um espaço temporário – embalar, movimentar e guardar as coleções recuperadas no incêndio. A museologia atuou na identificação dos espaços e coleções impactadas e na organização dos acervos recuperados. A equipe do setor administrativo do Museu, por sua vez, foi essencial para garantir a logística necessária para os trabalhos. Além disso, o Museu recebeu o apoio de vários setores da UFMG e da sociedade civil.
Muitas peças se perderam e muitas foram severamente impactadas, mas as histórias que elas contam ainda podem ser compartilhadas. E é para continuarmos compartilhando as histórias guardadas nos nossos acervos que construímos o projeto.
Foto: Rogério do Pateo.
O projeto Renasce Museu propõe criar uma plataforma virtual com informações e imagens de cada item do acervo. Ela será acessível de forma pública e gratuita, por meio de um site em que todas as pessoas poderão pesquisar e conhecer o acervo. Para isso, vamos executar um projeto de documentação de acervos que visa organizar informações textuais e visuais de cada uma das peças. Também vamos montar um laboratório de documentação de acervos com equipamentos para fotografia e digitalização e um sistema de informação específico para o trabalho com acervos museológicos.
Ao longo dos nove meses de execução do projeto, uma equipe multidisciplinar vai trabalhar com os acervos de Paleontologia, Arqueologia e Etnografia, os quais sofreram impactos de ordens diversas com o incêndio. A médio e longo prazos, essa iniciativa também vai possibilitar a consulta de todo o acervo do museu, garantindo formas mais eficientes de cuidado por meio de ferramentas de gestão mais eficientes.
Os acervos do Museu guardam diversas coleções reunidas ao longo de décadas de pesquisas e de envolvimento com a sociedade. De coleções arqueológicas a itens de arte popular, de peças paleontológicas a acervos zoológicos, de amostras geológicas a conjuntos etnográficos, além de um rico acervo botânico, o Museu é um espaço de guarda da diversidade.
Com uma equipe multidisciplinar, formada por cientistas, técnicos(as) e estudantes universitários, o Museu tem desenvolvido pesquisas que nos ajudam a contar histórias sobre a terra, sobre as plantas, os animais e as pessoas. São histórias que podem ser muito antigas, como histórias sobre a formação da terra ou sobre fósseis de animais que podem chegar a milhões de anos. Pela arqueologia, também conhecemos histórias milenares, como aquelas sobre o
Por meio das coleções zoológicas e botânicas, podemos aprender mais sobre a ecologia dos diversos ambientes, entender como eles se formaram e como garantir que sua diversidade seja protegida para as próximas gerações. Os acervos etnográficos e de arte popular nos contam sobre a diversidade e riqueza cultural do nosso povo, trazem histórias recentes sobre povos indígenas, mulheres ceramistas ou artesãos urbanos.
Esse conjunto amplo e diverso, que agrega conhecimentos de diversas áreas e de diferentes povos, fornece a base para as histórias que contamos. Este nosso projeto é mais um movimento para continuarmos contando histórias, compartilhando – de forma pública e gratuita – informações detalhadas do nosso acervo. Porque nós acreditamos que compartilhar é a melhor maneira de proteger.
O Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG está localizado na região leste de Belo Horizonte e abriga extensa área verde de espécies típicas da Mata Atlântica. Há mais de 50 anos, o museu recebe visitantes interessados em conhecer as histórias do território brasileiro por meio de exposições de arqueologia, paleontologia, geociências, cartografia histórica, ciências da vida, botânica, plantas medicinais e arte popular. Em média, são 40 mil visitantes por ano, entre visitas agendadas (prioritariamente escolares) e público espontâneo.
O Matchfunding BNDES+ é um programa inovador de financiamento a projetos culturais, que combina o aporte direto do BNDES com o financiamento coletivo (sociedade civil). A cada um real arrecadado, o BNDES aporta mais dois reais, triplicando o valor da sua doação até alcançarmos nossa meta mínima de R$300.000,00 (trezentos mil reais). Mas é tudo ou nada, se não alcançarmos essa meta, todo o dinheiro é devolvido. Por isso, a sua participação é fundamental!
Conheça nossas recompensas, escolha a sua e participe da campanha!
É com redobrada alegria que a campanha Renasce Museu lança este novo conjunto de recompensas exclusivas. Depois da rápida saída do primeiro conjunto de fotos históricas, temos seis novas obras das décadas de 1930 a 1950, retratando as cidades de Diamantina e Belo Horizonte. Através do olhar dos fotógrafos Assis Horta e Wilson Baptista, temos belas composições em preto e branco que retratam outros tempos e a poética visual de seus autores.
As impressões de altíssima qualidade são da Artmosphere, gráfica especializada de Belo Horizonte. São impressões Fine Art, em papel Hahnemuhle Photo Rag UltraSmooth 305, 20X30cm, embaladas em Photobag para o envio com máxima proteção até você.
Confira abaixo um pouco mais sobre os fotógrafos e as imagens cedidas por suas famílias. E escolha logo a sua!
Assis Horta
Assis Horta nasceu em Diamantina, em 1918, e começou a fotografar ainda na década de 1930. Em 1937, veio a integrar o primeiro corpo de funcionários da recém criado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o SPHAN (hoje IPHAN), sob a batuta de Rodrigo Mello Franco de Andrade. Ao longo das décadas seguintes, seguiu atuando como fotógrafo autônomo e como funcionário do SPHAN, em Diamantina.
Sua uma vasta e rica obra inclui registros do patrimônio artístico e arquitetônico de Diamantina e região, retratos em estúdio de pessoas e famílias, como era usual na primeira metade do século XX, e também ocasiões especiais da vida da cidade, das atividades de garimpo no entorno de Diamantina, do registro de funcionários das fábricas da região. Mas Assis sempre fotografou muito além das demandas dos clientes, voltando seu olhar para a amada cidade de Diamantina, sua gente, suas serras, para sua extensa família, para pessoas da cidade que não tinham recursos para pagarem por fotografias. Seu olhar de fotógrafo se manteve ativo até 2018, quando, aos 100 anos de idade, nos deixou.
1. Rua do Amparo, Diamantina, déc. 1930
A Rua do Amparo, em Diamantina, está apresentada nesta foto com seu calçamento original em pé de moleque, destacando-se a Imperial Capela de Nossa Senhora do Amparo. O pé de moleque passou a ser substituído pelo calçamento atual com pedras em laje de quartzito nos preparativos para as comemorações do centenário de criação do município celebrado em 1938.
2. Largo do Mercado, Diamantina, déc. 1950
Em frente ao mercado dos tropeiros, na Praça Barão de Guaicuí, está o largo onde estacionavam as tropas que abasteciam a cidade de gêneros alimentícios e de lenha para os fogões. Era o local de descanso dos animais. A foto mostra os casarões do largo e, ao fundo, o Alto do Bom Jesus.
3. Rua da Caridade, Diamantina, déc. 1940
Do alto da torre da Igreja da Luz – cuja construção teve início no início do século XIX – Assis registrou nesta foto uma vista rara da cidade, tendo em primeiro plano a Rua da Caridade até a capelinha da Santa Casa de Caridade (1790), à esquerda, tendo, logo à frente, o antigo hospício da cidade. O núcleo histórico desce a encosta até o vale do rio Grande, donde surge a serra de São Francisco.
4. Rua da Quitanda, Diamantina, déc. 1930
Esta foto marca o início da carreira de Assis Horta como fotógrafo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e observador do cotidiano da sua cidade natal. É a Rua da Quitanda, cujo nome remonta à época da escravidão: uma regulamentação urbanística que limitou a ela o espaço para venda de quitandas pelas escravas. Esta rua faz parte da história do fotógrafo: ao fundo, está o Grande Hotel, de propriedade de sua mãe, onde Assis morava; mais tarde, transferiria para essa rua seu Foto Assis; também nesta rua funcionaria o escritório do IPHAN onde prestou serviços.
5. Largo da Sé, Diamantina, déc. 1930
Até a reforma urbana pela qual passou Diamantina, preparando-se para o centenário de sua elevação a cidade, em 1938, a praça da Sé possuía jardim com um coreto, cuja lira que o encima define sua principal utilização. Com a demolição da antiga Sé e construção da atual Catedral Metropolitana, com a substituição do calçamento de pé de moleque pelas lajes de pedra, o jardim e o coreto deixaram de existir – era o único espaço público ajardinado no centro da cidade.
Wilson Batista
Wilson Baptista (Belo Horizonte, 1913-2014) produziu uma das mais ricas obras da fotografia moderna brasileira, composta por imagens que vão do registro factual, sempre personalíssimo, de cenas urbanas, à pura composição geométrica, em visões abstratas de objetos do cotidiano. Suas fotografias, publicadas em diversos livros e revistas, percorrem as décadas de 1930 a 1960 e são hoje referência para o trabalho de pesquisadores de arquitetura, história e fotografia, constituindo-se em uma memória romântica e plástica da então ainda tranquila Belo Horizonte.
6. Igreja de Lourdes, com a Serra da Piedade ao fundo, Belo Horizonte, 1953
Essa é uma vista da Igreja de Lourdes ao amanhecer, com a Serra da Piedade ao fundo. Uma imagem impossível na Belo Horizonte de hoje.
Este novo conjunto de recompensas exclusivas traz obras do artista visual Rodi Núñez, que fez toda sua formação artística no Instituto de Artes da UFRGS (graduação, mestrado e doutorado). É professor de cerâmica na mesma universidade há 20 anos e integra o coletivo Bando de Barro. Tem obras no acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) e Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC/RS). Ganhou o Prêmio Açorianos, destaque Cerâmica, com o coletivo Bando de Barro, em 2008.
Neste conjunto de obras, sua busca é pela essência em encontrar o sentido da experiência na construção do seu processo criativo: “Nessa busca, encontrei meu clown, a criança que fui e o sentido brincante presente dentro do fazer e do pensar. É a necessidade vital de ser feliz enquanto se produz pensamento e prática.”
Encontre também a sua criança interna na construção poética destas seis obras, e leve-a para casa! Escolha logo a sua e venha renascer conosco!
Pequenas pessoas que me observam I
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 15,5 x 14,5cm.
Pequenas pessoas que me observam II
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 20,5 x 20cm.
Pequenas pessoas que me observam III
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 20 x 20cm.
Plano estratégico de um velho funâmbulo
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 28 x 21cm.
Um dia de pequenos tropeços
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 15,5 x 10,5cm.
Uma janela para o infinito
Acrílica e grafite sobre papel, tamanho de 22 x 25,5 cm.
A Campanha Renasce Museu recebeu o apoio muito especial de uma série de artistas contemporâneos que doaram fotografias autorais como recompensas exclusivas: apenas uma unidade de cada imagem!
São artistas que usam a fotografia como linguagem artística, trabalhando com diversas técnicas e temáticas. Confira este conjunto incrível de imagens e conheça um pouco mais destes artistas contemporâneos e o que eles contam sobre cada imagem oferecida para a campanha Renasce Museu.
Escolha a sua e contribua com nosso movimento de renascer!
Alexandre Sequeira
Alexandre Sequeira é artista visual, Doutor em Arte pela UFMG e professor da UFPA. Tem participado de encontros de Fotografia, Seminários e Exposições no Brasil e no exterior. Possui obras no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas/PA, na Coleção Pirelli/MASP, entre outros.
01. Fotografia “Macunaima”, 2018.
“Raiar do último dia do ano de 2018 no topo do Monte Roraima, considerado pelos povos Kumarakapay e Paray Tüpu a mítica terra de Macunaima. Após anos de recuperação de uma síndrome autoimune que praticamente tirou os movimentos e a força de minhas pernas e mãos, me desafiei a percorrer 110km a pé e escalar 2.810m para nesse momento, receber em retorno – feito reflexo de espelho – a imagem de uma força que, apesar de supor não existir mais em mim, aguardava pacientemente o dia que eu a resgatasse. ”
02. Fotografia “O tempo que morre de ser ontem”, 2018.
“Imagem que se refere à certa dimensão temporal que rege os acontecimentos de uma megalópole. Falo de um campo onde as relações que os habitantes estabelecem entre si e com o lugar se instauram. Algo que diz respeito a certa dimensão temporal que rege as relações frenéticas e efêmeras, a velocidade estonteante de tudo, os ruídos, as múltiplas camadas de cor e som. Encontrei, nos reflexos que as fachadas envidraçadas das lojas me ofereciam, a reunião e a combinação (entre o caótico e o harmônico) de determinados fragmentos dessas múltiplas linhas de força. Foi nesses reflexos que, paradoxalmente, encontrei um outro tempo que se esgarçava preguiçoso, fazendo com que minha presença ali e o motivo pelo qual ela se dava se convertesse, em verdade, na melhor forma de lidar com a vida no lugar.”
Cléber Falieri
Cléber Falieri é fotógrafo, pesquisador em processos alternativos de fotografia. Arte educador e produtor cultural. Trabalha com os processos alternativos de captura da imagem fotográfica, como as fotos em pinhole.
03. Fotografia “BH em pinhole”, 2015.
“Esta imagem em fotografia pinhole faz parte de uma série feita em câmera artesanal usando filme formato 120 (6x9cm) colorido. Gosto muito de fotografar a cidade de BH pela perspectiva das minhas câmeras pinhole. Gerar um encantamento ou um estranhamento, ver esse ambiente urbano por diferentes óticas. Essa é a base ou estrutura por onde passam essas minhas imagens da cidade. É o trabalho que não tem fim, ou a corda onde me seguro nesses 40 anos de registros. ”
Giovanna Martins
Giovanna Martins é artista, professora e pesquisadora da Escola de Belas Artes da UFMG. Sua produção imagética e textual investiga as relações de afeto e do Homem com a Natureza.
04. Fotografia-díptico “Remember Love”, 2013.
“Série de ações e fotografias iniciadas em 2006 e que pretendem, tal como um ‘réquiem’, ser um gesto afetivo e uma cerimônia de despedida de pequenos seres do mundo. ”
Luiz Henrique Vieira
Luiz Henrique Vieira é formado em artes visuais pela Escola Guignard, doutor em Artes pela UFMG. Tem trabalhos apresentados em 29 Salões de Artes, tendo sido premiado em 11 deles. Realizou várias exposições individuais e coletivas tanto no país quanto no exterior.
05. Fotografia “Elevador”, 2007, da série Celebrando no Espaço.
“Celebrando no espaço é uma numerosa série de fotografias, produzidas entre 2006 e 2007, a partir de três propostas: 1ª: dificultar a intencionalidade da pose, já que o corpo que salta tende a se libertar em movimentos imprevisíveis; 2ª: trabalhar sobre a relação entre corpo e espacialidade; 3ª: fazer uma reflexão sobre o hedonismo, através da manifestação de prazer e alegria, verificados na maioria das expressões faciais dos modelos que se propuseram a vivenciar a experiência de saltar para serem fotografados.”
Marilene Ribeiro
Marilene Ribeiro é artista visual, ecóloga e pesquisadora. Atua com fotografia, com foco na interseção imagem e política. Premiada nacional e internacionalmente, tem trabalhos exibidos em diversos países como França, Inglaterra, Espanha, China, Brasil e EUA.
06. Fotografia-díptico “Quarto de Lene”, da Série Amanã, 2009.
“Assim como em outras comunidades da Amazônia Central, as pessoas que habitam as margens do Lago Amanã convivem com uma longa história de isolamento. O contato profundo com a natureza faz com que estas pessoas tenham tal intimidade com o rio que torna difícil definir os limites entre eles. As criaturas aquáticas, as enchentes sazonais (que forçam deslocamentos anualmente), assim como o uso de barcos como único meio de transporte constroem o folclore local, que é transformado em uma mistura única de contos, mitos e crenças. ”
Mário Azevedo
Mário Azevedo é doutor em Artes, trabalha com desenho, gravura, pintura, objetos, fotografias, desde 1980, com várias mostras individuais e especiais, nacionais e internacionais. Suas obras integram o acervo de vários Museus e coleções particulares.
07. Fotografia “Invernada”, década de 2000.
“Essa imagem vem da captura de uma passagem, de uma situação gráfica da ossatura amputada de alguns arbustos, descansando sua estrutura frágil e ainda altiva, contra uma parede marcada pela correr da idade, da poeira conduzida pelas águas (como uma grande aquarela). A faixa discreta de grama esverdeada em meio à terra avermelhada na base do plano (segurando o amarelo pálido) acrescenta uma vibração melancólica ao conjunto, um apelo transitório ao deslocamento dos elementos por lugares equivocados.
(A foto é de meados dos anos 2000, feita em São Brás do Suaçuí, no interior de Minas, em um dia nublado.) ”
08. Fotografia “Construção/Ruína”, 2015
“Essa imagem, meio planar, registra a flagrante desconstrução que vivemos no país, no mundo contemporâneo: ‘Aqui tudo parece que era ainda construção (de uma escola) e já é ruína’ (Caetano Veloso, em ‘Fora da ordem’). Como um quebra-cabeça teimoso e monocromático, ambígua e significativa aos meus olhos, em seu aparente jogo duplo: realizamos ou não alguma coisa dessa realidade? Será que estamos mesmo fazendo um país, um espaço de ordem geométrica sensível, em uma ação temporal viva, aqui e agora! (A foto é do verão de 2015, tomada em uma calçada de praia, em Arembepe, na Bahia, ao entardecer).”
Maurício de Paiva
Maurício de Paiva e fotógrafo documentarista, colaborador regular da revista National Geographic Brasil por 14 anos. Obteve quatro prêmios Abril de Fotojornalismo pela revista. Documenta a Amazônia há mais de 15 anos, elaborando narrativas visuais na perspectiva da antropologia e arqueologia e na companhia de caboclos e ribeirinhos.
09. Fotografia “Lago Peixe – Boi”, 2012, da coleção “Fotoarqueologia na Amazônia em trípticos: paisagens, vestígios e pessoas ribeirinhas”.
“Foto feita a partir de um sítio arqueológico no Lago do Limão, Iranduba, rio Negro, Amazonas. Na Amazônia Central, existem evidências antigas de ocupação humana de pelo menos 8 mil anos, do Holoceno inicial e médio. Em alguns sítios arqueológicos de terra firme a céu aberto, em áreas de campinarana, às margens de igarapés e sazonais igapós que drenam para o baixo rio Negro (AM), na confluência com o Solimões, já foi possível encontrar pontas de flecha lascadas indígenas datadas de 6.500 anos. Os vestígios nesta macro região são inúmeros, desde sepultamentos, Terra Preta de Índio, até as já conhecidas cerâmicas estilizadas e decoradas, nomeadas em fases de culturas pré-coloniais, pela pesquisa.
Tudo isso está e esteve presente em meu imaginário e entornos territorial, mental e emocional desta fotografia. O local da foto estava muito próximo do sítio da rara ponta de flecha antiga. Quando fotografo na Amazônia é para apreender: é perceber o volume das coisas a partir da luz, encontrar o tempo de movimento atemporal, relacionar com a terra, as águas e as pessoas, é fazer conexões com a ciência, produzir uma narrativa de conhecimento, colorida ou não. Foto feita com tripé e sob a égide de longa exposição da captura, ao crepúsculo.”
Paula Huven
Paula Huven é fotógrafa, artista, e doutoranda pela Escola de Belas Artes da UFMG, onde pesquisa relações entre imagem e magia a partir de uma aproximação com a cosmologia Yanomami.
10. Fotografia “Natureza Secreta”, 2017.
“Fotografia a partir de uma instalação em que um vidro foi coberto por folhas secas e posto em um bosque, criando um jogo enigmático de aparição e desaparição de imagens na superfície do vidro. Como lâminas atravessando a paisagem, diferentes imagens relampejavam no vidro, que em sua natureza tanto translúcida quanto reflexiva, nos dava a ver uma imagem em sua superfície, ao mesmo tempo em que torna visível o que havia por trás dele. ”
Paulo Baptista
Paulo Baptista é fotógrafo, professor, curador e pesquisador. Suas fotografias integram os acervos de instituições como o MASP e o Museu da Fotografia de Curitiba.
11. Fotografia “Afloramentos rochosos no caminho do Travessão, Parque Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais”, 1999, da série Paisagens da Serra do Espinhaço.
“Considerada a maior cordilheira do Brasil, a Serra do Espinhaço estende-se por cerca de 1.200 km de extensão no sentido Norte-Sul, desde o chamado Quadrilátero Aquífero-Ferrífero, na região central de Minas Gerais, até a Chapada Diamantina, na Bahia. Abriga regiões de extraordinária beleza cênica, além de uma grande e importantíssima biodiversidade, e é berço ou contribuinte de algumas das mais importantes bacias hidrográficas do país, como as do Rio Doce, do Rio São Francisco e do Rio Jequitinhonha. Reconhecida pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, compreende diversas áreas protegidas, como o Parque Nacional da Serra do Cipó, mas também áreas extremamente vulneráveis e ameaçadas pela exploração minerária e outras atividades de grande impacto ambiental. A série Paisagens da Serra do Espinhaço procura resgatar, em imagens, um pouco desse riquíssimo patrimônio ambiental e paisagístico, em uma abordagem que espera contribuir para os esforços cada vez mais necessários à sua preservação. ”
Todas as fotografias são impressas com altíssima qualidade pela Artmosphere, gráfica especializada de Belo Horizonte. São impressões Fine Art, em papel Hahnemuhle Photo Rag UltraSmooth 305, embaladas em Photobag para o envio com máxima proteção até você.
É com muita alegria que a Campanha Renasce Museu lança este novo conjunto de recompensas exclusivas. São fotografias das décadas de 1930 a 1950, retratando as cidades de Diamantina e Belo Horizonte. Por meio do olhar dos fotógrafos Assis Horta e Wilson Baptista, temos belas composições em preto e branco que retratam outros tempos, mas também a poética visual de seus autores.
As impressões de altíssima qualidade são da Artmosphere, gráfica especializada de Belo Horizonte. São impressões Fine Art, em papel Hahnemuhle Photo Rag UltraSmooth 305, 20X30cm, embaladas em Photobag para o envio com máxima proteção até você.
Confira abaixo um pouco mais sobre os fotógrafos e as imagens cedidas por suas famílias. E escolha logo a sua!
Wilson Baptista
Wilson Baptista (Belo Horizonte, 1913-2014) produziu uma das mais ricas obras da fotografia moderna brasileira, composta por imagens que vão do registro factual, sempre personalíssimo, de cenas urbanas, à pura composição geométrica, em visões abstratas de objetos do cotidiano. Suas fotografias, publicadas em diversos livros e revistas, percorrem as décadas de 1930 a 1960 e são hoje referência para o trabalho de pesquisadores de arquitetura, história e fotografia, constituindo-se em uma memória romântica e plástica da então ainda tranquila Belo Horizonte.
12. Título: Viaduto Santa Tereza, BH, 1949
A vista do Viaduto Santa Teresa em 1949, em uma imagem do acervo particular, que não encontramos em galerias comerciais, com o conjunto Sulacap/Sulamérica ao fundo, é um registro eloquente da fase inicial da verticalização arquitetônica da capital mineira.
Assis Horta
Assis Horta nasceu em Diamantina, em 1918, e começou a fotografar ainda na década de 1930. Em 1937, veio a integrar o primeiro corpo de funcionários da recém criado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o SPHAN (hoje IPHAN), sob a batuta de Rodrigo Mello Franco de Andrade. Ao longo das décadas seguintes, seguiu atuando como fotógrafo autônomo e como funcionário do SPHAN, em Diamantina.
Sua uma vasta e rica obra inclui registros do patrimônio artístico e arquitetônico de Diamantina e região, retratos em estúdio de pessoas e famílias, como era usual na primeira metade do século XX, e também ocasiões especiais da vida da cidade, das atividades de garimpo no entorno de Diamantina, do registro de funcionários das fábricas da região. Mas Assis sempre fotografou muito além das demandas dos clientes, voltando seu olhar para a amada cidade de Diamantina, sua gente, suas serras, para sua extensa família, para pessoas da cidade que não tinham recursos para pagarem por fotografias. Seu olhar de fotógrafo se manteve ativo até 2018, quando, aos 100 anos de idade, nos deixou.
13. Título: Mercado de Diamantina, déc. 1950
O mercado dos tropeiros de Diamantina cumpriu essa finalidade até a década de 1960, quando as tropas de burros deixaram de participar do abastecimento da cidade em gêneros alimentícios e lenha para os fogões. Assis Horta registrou nesta foto, na década de 1950, emoldurada por um dos arcos do mercado, animais de tropa, tendo ao fundo o casario do largo do mercado e a catedral metropolitana.
14. Título: Diamantina e o Itambé, déc. 1940
Macau do Meio, Assis Horta compôs esta paisagem da sua terra natal, com o céu carregado de nuvens de verão, contrastando com o casario na encosta da serra. Ao centro, a torre da capela Imperial de Nossa Senhora do Amparo; a seu lado, recortando o horizonte, o pico do Itambé.
15. Título: Garimpo em Paraúna, déc. 1930
Garimpeiros em plena atividade, próximo a Paraúna (hoje chamada Presidente Juscelino). Como em fotos de Assis Horta nos garimpos da região, os garimpeiros, seu trabalho, sua lida são o centro da atenção do fotógrafo, que os vê entrelaçados uns aos outros, com suas técnicas, mecânicas e corporais, seus instrumentos e estruturas.
16. Titulo: Serra de Diamantina, déc. 1940
Da torre da igreja de Nossa Senhora do Carmo, construída em meados dos anos de 1760, Assis mostra em primeiro plano o casario da Rua do Bonfim, destacando-se as torres das igrejas do Bonfim e do Amparo, tendo ao fundo a serra do rio Grande (serra de São Francisco) antes da intensa ocupação urbana que ocorreu nas décadas seguintes.
17. Título: Catedral de Diamantina, déc. 1930
Ao final da década de trinta foi erguida a Catedral Metropolitana, no local onde havia a Igreja Matriz de Santo Antônio – a igreja da Sé –, construída na primeira metade do século dezoito. Nesta imagem, Assis fotografou os responsáveis pela obra da nova catedral (abaixo, ao centro) e prestou homenagem aos operários, que se destacam sobre as paredes em arco que estão construindo.
Faça agora mesmo sua contribuição! E colabore também divulgando nosso projeto. Já pensou quanta gente vai gostar de conhecer nossas histórias? Então convide todo mundo para conhecer a campanha e participar desse movimento para renascer conosco.
Siga nossas redes e, quando a pandemia passar, venha nos visitar!
Site: ufmg.br/mhnjb
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REVIVE MUSEUM
We will continue to tell stories about the Earth, plants, animals, and people, through a digital platform to share our collections.
Goal #1 R$ 300.000,00
To install an online museum information system, allowing free online access to our collections and sharing their stories to always be remembered.
Good stories need to be told. The fire at the Museum of Natural History and Botanical Garden, at the Federal University of Minas Gerais - UFMG (Brazil), in June 2020, destroyed part of our collections, but it did not destroy our willingness to tell stories. The Museum holds important collections of Archaeology, Paleontology, Ethnology, Biology, Geology and Popular Art, with rare and invaluable sets of objects, which allows us to tell stories about our people and places. These are memories of us all, memories of who we were, who we are, and who we will be. We aim to build a digital platform for our collections, and use them to tell stories of diverse worlds, opening up our collections and sharing the stories we hold, so that they are not forgotten. Our Museum was burnt down, but now it revives. We will not allow this fire to erase our memories. Be part of it and revive with us!
THE FIRE
On the early morning of June 15th, 2020, we were astonished by a fire at one of our buildings, where we held part of our collections. Despite of the quick response by Fire Department, the fire was severe at our main storage room, causing damage to objects from collections of Zoology, Archaeology, Paleontology, Ethnography, and local pottery, from the Jequitinhonha Valley. Our team of researchers and technicians promptly initiated a plan to rescue those collections.
The emergency rescue lasted for 3 months and involved a diverse team of specialists. All rescue work was carried out with the necessary care for the subsequent retrieval of information. The archeology team was responsible for the delicate task of removing all pieces from the burnt area, carrying out excavations in the most impacted areas, and recording in detail the conditions and positions of each item. The conservation team offered advice on the best ways to pack, move and store - in a temporary space - the objects recovered from the fire. The museologist was responsible for identifying the impacted rooms and collections and organizing the recovered objects. In addition, our administrative body was essential to ensure the necessary logistics for the works. We also received support from various sectors of UFMG and civil society.
We lost many items of collections, and many more were severely impacted. But sharing their stories is still crucial. We built this project to keep sharing stories held in our collections.
THE PROJECT
The Revive Museum project aims to create a digital platform with written information and photographs of each item in the collections. It will be offered to the public on a free access basis, through a website where anyone and everyone will be able to search and discover the collections.
To achieve that, we will develop and implement a project of documentation of collections, organizing textual and visual information of each item, and then sharing them publicly, allowing remote access and research. We will set up a laboratory for documentation with equipment for digitalization and we will launch an online museum information system.
During the nine months of execution, as part of the rescue work after the fire, our multidisciplinary team will work with collections of Paleontology, Archeology and Ethnography, all of which were directly and indirectly impacted by the fire. The project will create a legacy for the Museum, with an information system that will further reach the entire museum collections. It will also benefit the management of our collections, ensuring more efficient forms of care.
Goal #1 R$ 300.000,00
· Acquisition of equipment,
· Staff hiring,
· Acquisition of software (museum information system).
Goal #2: R$ 391,000.00
· Acquisition of extra modules of the software, for detailing Archaeological collections,
· Expansion of team training.
THE STORIES HELD BY COLLECTIONS
The Museum's collections hold several objects gathered over decades of research and involvement with society. From archaeological collections to items of popular art, from paleontological pieces to zoological collections, from geological samples to ethnographic collections, in addition to a rich botanical collection, the Museum is a space for diversity protection.
Our multidisciplinary team, with scientists, technicians, and university students, develops research on the Earth, plants, animals, and people. Those are stories that can be very old, like stories about the formation of the Earth, or about fossils of animals that can reach millions of years. Through archeology, we also know ancient stories, such as those about the first indigenous groups that lived in our territory, as the history of peopling of the Americas.
Through the zoological and botanical collections, we can learn more about the ecology of the different environments; understand how their formation happened and how to ensure that their diversity is protected for the next generations. The ethnographic and popular art collections tell us about the diversity and cultural heritage of our people, offering recent stories about indigenous peoples, women potters, or urban artisans.
This broad and diverse set of collections, which involves knowledge from different areas and different peoples, provides the basis for the stories we tell. This project is another movement to keep telling these stories, publicly sharing detailed information from our collections. We do that because we believe that sharing is the best way to safeguard museum heritage.
BUDGET
· Equipment, software, and staff - 81%
· Rewards - 5%
· Margin of error - 5%
· Financial transaction - 9.0%
THE MUSEUM
The Museum of Natural History and Botanical Garden of UFMG is located in the eastern region of Belo Horizonte city, on an extensive green area covered with species of the Atlantic Forest. The Museum receives visitors for over 50 years, people interested in the stories of the Brazilian territory. In addition to the archeology exhibition, visitors can also see exhibitions of paleontology, geosciences, historical cartography, life sciences, botany, medicinal plants, and popular art. The Museum receives 40.000 visitors per year on average, among scheduled visits (mainly school field trips) and spontaneous audiences.
MATCHFUNDING BNDES+ PROGRAM
The Match-funding BNDES+ is an innovative program for financing cultural projects, combining the direct contribution from BNDES and crowdfunding with civil society. For each “Real” collected, the BNDES contributes with two more “Reais”, tripling the donation until we reach our minimum goal of R$ 300,000.00 (three hundred thousand “Reais”). But it is an All-or-Nothing campaign, which means that if we don't reach this goal, all the money is returned to contributors. Therefore, your participation is essential!
Check our exclusive rewards, choose yours and be part of our movement!
THE REWARDS
We will be deeply thankful for any contribution you make, and besides that we will offer a sincere reward for your gesture! Check them out!
R$10,00 – We will register your name at the Museum website
R$25,00 – Bottons
R$50,00 – 2 magnet cards (10X 15cm) with photos of special finds from our collections
R$60,00 – Small flower pot with a succulent plant (only available at Belo Horizonte city)
R$75,00 – Collection of 5 magnet cards (10X15cm)
R$100,00 – Ecobag
R$110,00 – 2 tree sprouts grown at our Botanical Garden (only available at Belo Horizonte city)
R$150,00 – Handmade necklace inspired in Archaeological Pottery
R$160,00 – Exclusive T-Shirt inspired in Rock Art from our research
R$300,00 – Activities at the Museum for two persons (trails, exhibitions and workshop) - (only available at Belo Horizonte city)
R$600,00 – Two places at exclusive online courses offered by our staff (courses in Portuguese)
R$1.500,00 – Visit to our “backstages”, guided by our staff, for 4 persons. (only available at Belo Horizonte city)
R$5.000,00 – Offer a day at the Museum for a group of 20 persons from contexts of social vulnerability (from institutions at Belo Horizonte city).
R$5.000,00 – Seven places in a tour to a relevant archaeological site, guided by our team of Archaeologists. The site is located near Belo Horizonte city.
R$10.000,00 – Your company using our spaces for a corporate meeting (auditorium, exhibitions, trails, workshop and foodcourt). Maximum 60 persons.
JOIN US!
Please, make your contribution now! And help us to reach more people by sharing our campaign. Think of how many more people will enjoy our stories! So, invite everyone to check the campaign and join this movement to revive with us.
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‘Renasce museu’ supera meta e vira case de sucesso de 'crowdfunding'
Em: 02/03/2021 12:45Campanha arrecadou 103% da meta estipulada; MHNJB terá nove meses para planejar e implantar a plataforma virtual que reunirá informações sobre o acervo atingido por incêndio.